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sábado, 15 de janeiro de 2011

Por que suplementar carboidrato durante o exercício físico aeróbico prolongado?

O consumo de carboidratos durante a atividade física varia segundo o tipo de exercício. Em geral, a suplementação de carboidratos para indivíduos que praticam atividade física por mais de 1 hora é interessante para evitar situações de hipoglicemia, fadiga muscular e redução da intensidade do exercício.


Os estudos sugerem a ingestão de 30 a 60 g/hora de carboidratos durante o exercício físico aeróbico prolongado. Quanto mais intenso for o exercício, maior será sua dependência em relação ao carboidrato como combustível.

A reserva de energia proveniente dos carboidratos está na forma de glicogênio (ligações de milhares de glicoses) muscular e hepático. Os dois diferem funcionalmente, sendo o primeiro destinado ao fornecimento de energia para a célula muscular e o segundo à quebra do glicogênio para lançamento de glicose na circulação sanguínea.


A captação de glicose sanguínea é acentuada à medida que o glicogênio muscular diminui. Na atividade física aeróbia prolongada, a reserva de glicogênio pode se esgotar, dependendo da intensidade do exercício, levando o indivíduo à fadiga.


O exercício prolongado também utiliza outros substratos energéticos além da glicose, como é o caso dos ácidos graxos e dos aminoácidos, que ajudam a manter a demanda metabólica e, consequentemente, a continuidade do exercício. Isto quer dizer que, apesar do glicogênio muscular ser o principal combustível durante este tipo de exercício, a geração de energia não depende exclusivamente de seus estoques, podendo ser proveniente da gliconeogênese (geração de glicose a partir de aminoácidos, lactato e outros compostos) e dos ácidos graxos.


Durante o exercício, há vasodilatação das artérias e veias que irrigam os músculos esqueléticos para que haja maior oferta de substratos e oxigênio para as células musculares. Quando os níveis de glicemia começam a diminuir, o fígado é estimulado a liberar glicose, mas como seus estoques de glicogênio são limitados, suas células passam a gerar glicose por meio da gliconeogênese. A captação dos precursores gliconeogênicos pelo fígado é intensificada a partir de 40 minutos de atividade física e vai aumentando conforme o exercício aumenta e o glicogênio diminui.


Uma dieta com elevadas quantidades de carboidratos (6 a 10 g/kg de peso corporal/dia) e descansos periódicos são necessários para aumentar e restabelecer os estoques de glicogênio muscular durante os períodos de treinamento diários.


Quando esta recomendação não pode ser atingida somente com a dieta, os suplementos nutricionais a base de carboidratos podem ser usados.


Os suplementos nutricionais esportivos oferecem carboidratos na forma líquida ou sólida. O tipo de suplemento deve ser escolhido dependendo da modalidade esportiva e do costume do atleta, e deve ser consumido após 30 a 60 minutos do início da atividade, antes que se sinta cansado ou com fome. Se a suplementação de carboidrato for muito concentrada, haverá fluxo osmótico indesejado de água do meio vascular para o lúmen intestinal, provocando náuseas e vômitos. Para que isto não ocorra, a hidratação simultânea é recomendada.


O consumo de 150 a 300 ml de bebidas esportivas com concentrações de carboidratos de 6% a 8% a cada 15 a 20 minutos pode fornecer a quantidade do macronutriente recomendada durante as atividades físicas de longa duração (ou exercícios de endurance, caracterizados por períodos entre 21 e 160 minutos). Esta estratégia também ajuda a prevenir a desidratação.


Outro aspecto importante para avaliar o consumo de carboidrato é o índice glicêmico, que neste momento não pode ser muito elevado, pois estimularia uma maior excreção de insulina e causaria sintomas como tonturas, mal-estar e hipoglicemia, resultantes da rápida captação de glicose. O uso do suplemento nutricional maltodextrina (um oligossacarídeo - carboidrato que contém 3 a 10 monossacarídeos) é abundante pelo fato de não apresentar índice glicêmico alto.



Bibliografia (s)

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