A síndrome do overtraining pode causar perda da iniciativa, distúrbios do sono e do apetite, cansaço permanente, alterações no ritmo menstrual, fadiga excessiva e dores persistentes
Estar com o corpo em forma é o desejo de muitas pessoas, principalmente para o Verão. Nessa corrida frenética contra o tempo vale tudo, desde aderir a uma dieta equilibrada, entrar numa academia de ginástica, praticar atividade física em parques até contratar um personal trainer. Mas, se por um lado praticar atividade física faz bem para a saúde, por outro, o exagero acaba colocando o próprio corpo em risco.
Os médicos não cansam de afirmar que combater o sedentarismo é essencial para a saúde e praticar atividade física regularmente é uma forma de prevenir diversas doenças degenerativas, responsáveis por grande parte da mortalidade mundial. Hoje em dia, a população em geral tem freqüentado academias de ginástica e parques com o intuito de melhorar a forma física, a saúde e a qualidade de vida. O modismo, determinado pela adoção de um padrão estético com pouca gordura e músculos bem definidos, tem levado as pessoas a buscarem a redução do peso corporal, o aumento da massa muscular, além do tradicional condicionamento aeróbio.
Motivadas a alcançar esses objetivos, as pessoas passam várias horas por dia e vários dias da semana realizando exercícios de alta intensidade. Outras, ainda, associam este padrão de atividade física com dietas hipocalóricas e suplementos alimentares. É possível que tais pessoas estejam realizando exercícios em excesso, ultrapassando os próprios limites e prejudicando a saúde. Esse excesso de atividade física pode desencadear a Síndrome da Fadiga Crônica, também conhecida por Síndrome do Overtrainig.
Síndrome do Overtrainig
É a situação onde há uma diminuição do desempenho do atleta gerada pelo estresse do treinamento sem um tempo necessário para a recuperação adequada do organismo. Esta situação tem se tornado muito comum entre os atletas submetidos a grandes volumes de treinamento seguidos por um tempo insuficiente de recuperação.
O overtrainig desencadeia uma série de alterações metabólicas, comprometendo os sistemas cardiovascular, neuroendócrino, imune e musculoesquelético.
Alguns atletas, mesmo sabendo de suas quedas de rendimento aumentam a carga de treinamento levando a um círculo vicioso de mais fadiga e mais diminuição do desempenho.
Riscos
Os fatores de risco incluem treinamento de alta intensidade com períodos de recuperação insuficiente, aumento abrupto no volume de treinamento, intervalos reduzidos entre competições e rotina monótona de treinamento, sendo essas lesões predominantes em corredores de longa distância.
Sintomas
Nesta síndrome não há sintomas específicos, sendo que entre os mais freqüentes temos: perda da iniciativa, labilidade emocional, distúrbios do sono (cansaço permanente), distúrbios do apetite, alterações no ciclo menstrual, susceptibilidade aumentada a infecções, fadiga excessiva com dificuldade de recuperação entre os treinamentos e dores persistentes desproporcionais ao nível de treinamento. A situação de overtraining pode levar à fadiga e lesões musculares e fraturas ósseas (fraturas por estresse).
Como prevenir?
A prevenção deve ser feita através de uma avaliação criteriosa do atleta antes do início do treinamento, que inclui a avaliação clínica completa e exame físico criterioso, incluindo avaliação aeróbia, avaliação anaeróbia, teste de força e equilíbrio muscular, avaliação na atividade específica e determinação do gasto calórico na atividade específica. Além disso, algumas regras devem ser adotadas para o dia-a-dia do treinamento: 1. Correr sobre superfícies planas e firmes, porém não muito duras;
2. Evitar a utilização do mesmo par de tênis nos treinamentos quando muito gasto;
3. Aquecer antes do início das corridas;
4. Praticar regularmente exercícios de alongamento com atenção particular aos músculos dos membros inferiores;
5. Manter um período adequado de recuperação após treinamentos longos;
6. Treinar outras regiões do corpo além dos membros inferiores;
7. Evitar sobrecarga nos dias de fadiga acentuada ou nos períodos de recuperação de lesões. A preparação de um atleta para a prática esportiva deve ser global, estimulando todos os sistemas orgânicos para que estes criem adaptações melhorando o desempenho do organismo como um todo. É necessário conhecer as particularidades da atividade específica, o tempo de duração, a intensidade, o grau de exigência dos sistemas metabólicos, os grupamentos musculares solicitados, os tipos de contrações musculares e os padrões de movimento para que se possa montar um programa de exercício que satisfaça essas exigências e prepare o organismo que será submetido a um esforço intenso. Sendo assim, depois de conhecidas as condições clínicas e físicas do atleta, deve ser feito um plano de treinamento individualizado, sem que nunca tente se superar os limites que cada atleta apresenta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário