Nos dias de hoje ainda, o mito do consumo de alimentos que forneçam proteína aliado ao aumento de força muscular é tido por muitos como verdadeiro.
Historicamente, diz a lenda, na época das guerras dos povos grego/romano, um lutador ficou bastante famoso pela sua força e sucesso nas lutas.
Milo de Croton além de sua capacidade de combate foi também o responsável por introduzir na alimentação daquela região o consumo de alimentos de origem animal, mais especificamente a carne.
Contam que no mesmo dia Milo teria ingerido 8 kg de carne, 8 kg de pão e 9,5 litros de vinho. Sua força seria supostamente resultado da carne consumida.
Aproveitando este pequeno relato histórico, podemos indagar quais seriam as prováveis deficiências da população que não ingeria carne. Teríamos o ferro que quando consumido em quantidades insuficientes resultaria em anemia. Assim como a vitamina B12 que também em estado carencial poderia provocar a anemia.
A anemia clinicamente é caracterizada por perda da disposição física ou popularmente, perda de força. Será que não existiria naquela região e época uma enorme população de anêmicos e que Milo seria então o único com perfil distinto dos demais?
De qualquer forma a herança que se arrasta até hoje é a relação do consumo de alimentos contendo elevada concentração de proteína e a força dos indivíduos. Este equivocado pressuposto faz com que adolescentes insatisfeitos com a composição corporal que possuem busquem em suplementos nutricionais a fórmula mágica para o aumento da massa muscular. Esses suplementos por sua vez, são compostos de grande concentração de proteína propondo com isso o aumento da massa muscular.
O objetivo estético pode ser alcançado quando o treinamento contra resistência (popularmente chamado de musculação) é realizado cronicamente seguido de maior ingestão de alimentos contendo carboidratos.
A ingestão de alimentos contendo proteína tem sua importância, porém diversos estudos nacionais mostram que a população brasileira apresenta grande consumo deste nutriente, não sendo então para esta população um elemento carencial.
Outro aspecto bastante relevante é quanto aos efeitos do consumo exagerado de alimentos contendo proteína. Um dos produtos do metabolismo de proteína é a amônia que é excretada pelos rins na forma de uréia. Este metabólito pode então determinar maior atividade renal e consequentemente sobrecarga a este órgão.
Assim podemos identificar que a ingestão de alimentos contendo grande quantidade de proteína ou então suplementos de origem protéica com o objetivo de promover aumento de massa muscular, pode resultar em prejuízo a saúde do consumidor e o que é pior não atender a expectativa.
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