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Armazem Gaia

domingo, 28 de novembro de 2010

Quais as características da dieta cetogênica?

A dieta cetogênica inclui 80% de gordura, 15% de proteína e apenas 5% de carboidrato. Essa dieta é utilizada em crianças que sofrem de epilepsia, em casos que não tiveram sucesso com o tratamento medicamentoso. A dieta cetogênica pode ser aplicada em pacientes com convulsões associadas a distúrbios metabólicos, tais como deficiência de proteína transportadora de glicose (doença de DeVivo), deficiência de piruvato-desidrogenase e defeitos da glicólise cerebral.

No entanto, se faz necessário uma triagem metabólica antes de iniciar a terapia nutricional, pois determinados distúrbios metabólicos podem ser agravados pela dieta, como a deficiência de piruvato-carboxilase, porfiria, deficiência de carnitina, distúrbios mitocondriais e defeitos da oxidação dos ácidos graxos.

A maior parte da gordura comumente utilizada na dieta cetogênica é fornecida por triglicerídeos de cadeia longa. Entretanto, os triglicerídeos de cadeia média assumiram papel importante na composição da dieta, pois foi introduzido na tentativa de melhorar a palatabilidade, além de possuir maior caráter cetogênico.

A dieta cetogênica é iniciada após um período de 24-48 horas de jejum, com o paciente hospitalizado. Durante o jejum, o paciente pode beber água, bebidas sem açúcar ou gelatina também sem açúcar. Pesquisadores demonstraram que o início gradual resulta em menos efeitos adversos, melhora a tolerabilidade e mantém a eficácia da dieta. Recomenda-se que a introdução da dieta se inicie com um terço das calorias por refeição, aumentando para dois terços das calorias por refeição e, em seguida, a quantidade total de calorias por refeição a cada 24 horas. Os pacientes devem receber alta quando a quantidade total de calorias por refeição é atingida e bem tolerada, que normalmente ocorre em 2-3 dias após o início da dieta.

O plano alimentar deve ser adaptado para cada paciente e podem incluir creme de leite, bacon, ovos, atum, camarão, legumes, maionese e outros produtos ricos em gordura e pobre em carboidratos. Os pacientes são proibidos de consumir frutas ou vegetais ricos em amido, pães, massas, grãos, ou fontes de açúcares simples. Por ser uma dieta nutricionalmente desequilibrada, os pacientes também devem receber as doses diárias recomendadas de vitaminas e minerais (em formulações sem açúcar), bem como a suplementação de cálcio. As quantidades exatas dos alimentos para o plano alimentar devem ser calculadas com base em dados individuais do paciente (idade, peso e outras medidas antropométricas), idealmente com a utilização de softwares específicos para o cálculo da dieta cetogênica.

O acompanhamento por um profissional nutricionista especializado deve ser frequente, principalmente por se tratar de um tratamento dietoterápico fora dos padrões normais.


Bibliografia (s)

Kossoff EH. The ketogenic diet: an appropriate first-line therapy? Expert Rev Neurother. 2010;10(6):843-5.

Rogovik AL, Goldman RD. Ketogenic diet for treatment of epilepsy. Can Fam Physician. 2010;56(6):540-2.

Marques CG. O que é e para que serve a dieta cetogênica? Disponível em: http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&id=322&categoria=9 Acessado em: 12/11/10.

Vasconcelos MM, Azevedo PMC, Esteves L, Brito AR, Olivaes MCD, Herdy GVH. Dieta cetogênica para epilepsia intratável em crianças e adolescentes: relato de seis casos. Rev. Assoc. Med. Bras. 2004; 50(4): 380-385. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302004000400026&lng=en Acessado em: 12/11/10.

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