segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Imaginem que a partir da arginina pela ação da óxido nítrico sintetase (NOS) nós geramos citrulinia e óxido nitrico (usa como cofator a tetrahidrobiopterina e o ferro na enzima), bem a idéia é gerar óxido nitrico que servirá como sinalizante para relaxamento do músculo liso vascular, levando a aumento da luz do vaso e melhorando a perfusão. Além disso, o óxido nítrico também é antiagregante plaquetário e protetor contra aterosclerose. A NOS é estimulada por vários caminhos, polifenóis e estradiol. Estradiol induz então a NOS e automaticamente a perfusão. O estradiol também tem outras atividades, como por exemplo inibir a COMT, que metaboliza grupos catecóis de aminas biogenicas, aumentando a concentração destas na fenda sináptica. O efeito inibidor da COMT pode explicar parte dos efeitos associados a queda do estradiol na mulher, como alteração na função do centro termoregulador, mas também na maior sensibilidade a dor e depressão. Bem, o centro termoregulador do hipotálamo induz a dilatação dos vasos superficiais da pele como primeira fase associada a perda de calor, aí a produção de óxido nitrico será fundamental, mas o estradiol estimula a NOS, estimulando os centro termoregulador e estimulando a NOS o estradiol mantém a perda de calor sob controle, que se descontrola quando a mulher entra na menopausa. Por outro lado, o estradiol também pode ser metabolizado a outros produtos, como o 2-metoxiestradiol, que tem efeito antiinflamatório. Como não poderia deixar de ser, o 2-metoxiestradiol é o estradiol hidroxilado que é metilado. A metilação do estradiol é feita usando o SAME, que é produzido no metabolismo de um carbono, que tem como passo importante o ciclo que usa o ácido fólico e a vitamina B12 e a serina para metilar a homocisteína de volta a metionina. Ácido folico que também é importante em reações de hidroxilação do corpo, hidroxilando o triptofano para 5-hidroxitriptofano, que formará serotonina, que atuará no centro termoregulador do hipotálamo controlando a perda de calor que precisa do óxido nitrico e da NOS, mas também do ácido fólico, mas a serotonina também terá efeito no SNC e sua queda é associada a depressão, maior sensibilidade a dor, queda de endorfinas e também a compulsão por ingestão de carboidratos, que se soma a queda de endorfinas e diminui a sensação de recompensa. A ingestão de carboidratos em niveis elevados aumenta os niveis de insulina, mas também dá uma sensação de recompensa, o que torna o carboidrato prazeiroso, e a insulina desloca os aminoácidos ramificados para o músculo, aumentando a relação triptofano/BCAA, aumentando a entrada de triptofano ao sistema nervoso central. O BCAA, particularmente a leucina estimula a biossíntese proteica via TOR, que usa a glicose na via glicolise anaeróbia gerando piruvato, que por sua vez pode ser transaminado pela ALT para formar alanina. A alanina transamina o fosfoglicerato para formar serina, que será parte do ciclo de um carbono, mas que é um produto que no ciclo de um carbono participara do metabolismo para geração de cisteína. Mas o piruvato também pode ser transformado em lactato que será utilizado como combustível, preferencialmente pelo SNC, por outro lado o piruvato adentrará as mitocondrias fechando o ciclo do ácido tricarboxílico que poderá gerar alfa-cetoglutarato que, transaminado pelo BCAA gerará glutamato e glutamina, a glutamina transitará pelo corpo fornecendo glutamato para reações bioquimicas, como no cérebro, onde o glutamato será fonte de energia, transaminando para cetoglutarato, mas também sendo usado na neurotransmissão glutamatérgica que é estimulada por ácido quinolínico que é gerado pela ação de indoelamina dioxigenase no triptofano, a indoelamina dioxigenase é estimulada por inflamação e progesterona, inflamação que também gera óxido nítrico, porém pela NOS indutível e será responsável pela dilatação das artérias e edema. O glutamato liga no seu receptor e compartilha a ação com co-agonistas, como por exemplo zinco, glicina, d-serina, poliaminas. D-serina é gerada pela ação da serina racemase sobre a serina, que é gerada pelo fosfoglicerato e alanina, ou poliaminas que são geradas derivadas da ornitina. No processo inflamatório, o edema diminui a chegada de oxigenio as celulas, daí as células começam a trabalhar em glicolise anaeróbia, gerando piruvato, ao mesmo tempo, as celulas tem estimulo de mtor, estes dois estímulos levam a biossíntese, a biossíntese é a resposta do corpo a agressão, no caso a inflamação. Tudo muito simples e racional, lógico e interligado. Voces, alunos do curso de bioquimica aprenderão tudo isso, e espero que eu possa ensiná-los com competencia e amor.
By Henry Okigami
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