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Armazem Gaia

domingo, 25 de julho de 2010

DISTÚRBIOS DO EIXO CÁLCIO – PARATORMÔNIO – VITAMINA D NAS DOENÇAS HEPÁTICAS CRÔNICAS

Pacientes com Doenças Hepáticas Crônicas (DHC) apresentam tendências à diminuição do cálcio e vitamina D e aumento do paratormônio. A dieta inadequada e diminuição da exposição à luz solar alterariam este mecanismo. Outro fator agravante é o tratamento das DHC com glicocorticóides ( na fibrose cística) e ribavarina ( na hepatite C), além da manifestação da osteoporose.
A osteodistrofia Hepática ( OH) é um termo genérico que caracteriza a doença metabólica óssea nos pacientes com DHC. A OH é muito comum nos pacientes com doença colestática ( acomete 83% dos casos, aproximadamente) e nas hepatites virais ( 15 a 35% dos casos).
A osteoporose é mais prevalente em mulheres pós menopausa e nos alcoólatras, assim como também é manifestada quando se faz uso prolongado de corticosteróides, acarretando em ambos os casos, dano profundo na produção de vitamina D e seus metabólitos, alterando o metabolismo de cálcio. O Cálcio se encontra no organismo quase que completamente na matrix óssea. Apenas 1% do cálcio orgânico encontra-se no meio intra e extracelular. As ações do cálcio estão relacionadas com a formação óssea, coagulação sanguìnea e função neuromuscular. O cálcio é absorvido no intestino sob a influência direta da Vitamina D, sendo a fração não absorvida excretada através das fezes. A maior parte da vitamina D é proveniente da conversão da pró vitamina D em pré vitamina D e o restante é obtido via alimentação.
A doença óssea mais comumente associada à hepatopatia alcoólica é a osteopenia e a osteoporose. A osteopenia se manifesta em pacientes elitistas, independente da existência de cirrose alcoólica. Os níveis de magnésio, seja por ingestão inadequada ou aumento da excreção urinária, diminuem os níveis séricos de vitamina D.
Em relação á cirrose biliar primária, esta é uma doença autoimune caracterizada pela colestase e destruição de estruturas vitais do fígado e observou-se que no momento do diagnóstico desta patologia, os pacientes sem o tratamento prévio apresentavam pouca evidência de doença osteometabólica, porém, algumas anormalidades, tais como diminuição da absorção de cálcio poderia levar à doença óssea no futuro.
Na Doença colestática crônica de etiologia tumoral e calculosa, observou-se que houve diminuição na absorção de cálcio no intestino, correlacionando-se com a diminuição da absorção de vitamina D, aumento do paratormônio e maior reabsorção óssea, entretanto, estes dados ainda não são conclusivos.
A fibrose cística apresenta como complicações mais significativas a perda de massa óssea com aumento do risco de fraturas nas vértebras e fêmur, pois o indivíduo apresenta baixo peso, baixa prática de atividade física, uso de glicocorticóides devido as lesões pulmonares, menor formação de massa óssea na infância e adolescência, gravidade da doença, hipogonadismo e distúrbios do metabolismo de cálcio.
Em relação à Hepatite C tratada com ribavarina e interferon, observa-se que parece induzir alterações no eixo Cálcio- Paratormônio- Vitamina D, pois a ribavarina diminui a absorção intestinal de cálcio, diminui o cálcio sérico e aumenta o paratormônio, além de promover alterações diretas nos osteoblastos, ocasionando o hiperparatireoidismo leve, aumentando a reabsorção tubular de cálcio nos rins.
Enfim, em todas doenças listadas neste estudo, evidencia-se tendências à diminuição nos níveis de vitamina D com diminuição da reabsorção intestinal de cálcio. Nos níveis séricos elevados de paratormônio, pode-se encontrar formas graves das DHC, sendo este aumento atribuído à hiperparatireoidismo compensatório á Hipovitaminose D. Observou-se também que a presença de osteoporose nos pacientes com DHC associam-se com aumento nas deformidades ósseas e de fraturas.
Conclui-se neste estudo que a prevenção destas manifestções clínicas consistem na exposição à luz solar, aumento da atividade física sob supervisão criteriosa e controle adequado da doença, além de suplementação adequada de cálcio e vitamina D.

Um comentário:

  1. Obrigada pela excelente explicação, agora chego mais perto das pesquisas de minha doença com sua explicação.Muito obrigada;

    Maria Jose Biomédica

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