domingo, 13 de novembro de 2011
Lesões na médula espinhal associadas com aumento de doença cardiovascular
Uma nova pesquisa pode ajudar a explicar porque as pessoas com lesões na medula espinhal (LME) têm maior risco de desenvolver doenças cardíacas.
As lesões no sistema nervoso autônomo são fatores de predisposição ao risco cardiovascular, disse a pesquisadora Rianne Ravensbergen ao Congresso Canadense Cardiovascular de 2011, co-hospedado Fundação do Coração e Infarto e da Sociedade Cardiovascular Canadense.
Doença cardíaca após LME é a principal causa de morbidade e mortalidade nesta população. É bem conhecido que a prática regular de exercícios é benéfica para a saúde cardiovascular. Entretanto, para pessoas com LCE, exercício é apenas parte da história, diz Ravensbergen. “Neste grupo específico deveríamos também olhar se eles têm disfunção autonômica, visto que isso causa um maior risco de doença cardíaca.”
O sistema autonômo controla funções do corpo que são automáticas ou involuntárias – como atividades da bexiga, intestino, trato gastrointestinal, fígado, coração e vasos sanguíneos. Após a LME os nervos autonômicos localizados no cordão espinhal podem ser danificados, levando a anormalidades generalizadas na função autonômica, e, de relevância particular para o trabalho de Ravensbergen, controle anormal do coração e vasos sanguíneos.
A doença cardiovascular contabiliza 30% de todas as mortes no Canadá. Para aqueles com LME – quase 85.000 canadenses – a doença cardiovascular tende a desenvolver-se mais cedo, até mesmo naqueles com estilo de vida saudável.
No estudo de Ravensbergen, ela avaliou 20 pessoas com LME e 14 pessoas normais para determinar o risco delas de doença cardiovascular, incluindo medidas de tolerância à glicose, IMC, gordura corporal e abdominal. Aqueles com LME tiveram decréscimos na tolerância à glicose e aumento na gordura corporal total e abdominal.
Ravensbergen então dividiu o grupo LME em 2 subgrupos: pessoas com disfunção autonômica e pessoas sem disfunção autonômica. Enquanto os dois grupos tiveram colesterol alto, ela ficou surpresa ao encontrar problemas com a glicose sanguínea no grupo com disfunção autonômica. “Esse grupo está em estado de pré-diabetes, o que eleva o risco de doença cardiovascular”, disse ela.
Este estudo indica que após o período de recuperação, é válido verificar o sistema autonômico para avaliar o sistema cardiovascular desses pacientes. Se o risco aumentado de doença cardiovascular é realmente devido a LME ou relacionado às características do paciente após a lesão continuará a ser algo a ser observado.
“Esta pesquisa feita no Canadá ajudará as pessoas com LME nesse país como no mundo”, diz a porta-voz da Fundação do Coração e Infarto, Dr. Beth Abramson. “Será emocionante perseguir este novo caminho, que espero que ajude os clínicos a racionalizar esforços para prevenir a doença cardiovascular neste grupo de pacientes.”
Pessoas com LME geralmente são testadas para verificar lesão motora e sensorial, mas não para lesão na função autonômica, que passa ao longo do cordão espinhal, diz Ravensbergen. “LME nos humanos nunca é nítido. Nós nunca sabemos exatamente quase caminhos são afetados. Nós não levamos realmente em consideração como o controle do sistema cardiovascular é afetado”, explica.
Mais estudos serão necessários para investigar o desempenho do nervo autonômico, como medir melhor e melhorar a função autonômica e, por último, as melhores formas de prevenir a doença cardiovascular. Ravensbergen diz que esta pesquisa pode ajudar a informar futuramente outras desordens das disfunções autonômicas e suas relações com a saúde do coração.
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