O psyllium, um tipo de fibra encontrado em muitos cereais de café da manhã e laxantes, parece aumentar os efeitos de redução no colesterol de dietas pobres em gorduras, de acordo com a análise de oito estudos separados conduzidos anteriormente.
De acordo com os autores do estudo, os resultados podem ser usados para auxiliar aproximadamente 30% dos americanos que sofrem de colesterol alto – uma condição que pode levar a doença cardíaca e derrame cerebral.
"A ingestão regular de psyllium diminui o colesterol sérico em pelo menos 4%, o que reduz o risco estimado (de doença cardíaca) em 8 a 12%," explica o líder dos autores James W. Anderson do Centro Médico dos Veteranos e da Universidade de Kentucky em Lexington, em entrevista à Reuters Health.
Ele acrescenta que mesmo reduções maiores no colesterol são vistas em pessoas com dietas que apresentam mais gorduras do que a dieta dos estudos. "Isto poderia se aplicar à maioria dos norte-americanos," disse Anderson.
O consumo de psyllium como parte de uma dieta pobre em gorduras é apenas um dos muitos passos que as pessoas devem realizar para reduzir os níveis de colesterol, de acordo com um editorial acompanhando o estudo. Outras opções dietéticas incluem substituir a carne e o leite por produtos de soja, e acrescentar ésteres vegetais à margarina, gomas de mascar e outros alimentos.
Apesar de que os efeitos na redução do colesterol destas opções não estão ainda comprovados e qualquer redução no colesterol pode ser pequena, suas ações cumulativas pode ser de 15 a 20% no colesterol LDL, observam David J. A . Jenkins e colaboradores do Hospital St. Michael e do departamento de ciências nutricionais da Universidade de Toronto no Canadá, em um editorial.
O Psyllium husk é um tipo de fibra solúvel. Algumas fibras solúveis, que incluem as da aveia e cevada, têm sido demonstradas como capazes de reduzir os níveis de colesterol quando consumidas como parte de uma dieta pobre em gorduras. Contudo, os efeitos redutores do colesterol e a segurança do psyllium não foram ainda completamente avaliados.
Os autores revisaram dados de oito estudos, nos quais homens e mulheres com colesterol leve ou moderadamente altos consumiram 10.2 gramas de psyllium ou um placebo (inativo) diariamente por pelo menos 8 semanas. Todos os indivíduos dos estudos também seguiam dietas pobres em gorduras, de acordo com o artigo na edição de fevereiro do American Journal of Clinical Nutrition.
Apesar de que o psyllium pode causar reações alérgicas em alguns indivíduos, o estudo encontrou que ele aparentemente é seguro e bem tolerado.
"O psyllium é seguro, bem aceito, e representa um adjunto útil à dietas pobres em gorduras para indivíduos que apresentam hipercolesterolemia leve a moderada," concluem Anderson e colaboradores.
O estudo foi financiado pela The Proctor & Gamble Company de Cincinnati, Ohio, um fabricante de produtos de consumo incluindo cereais que contém psyllium.
FONTE: American Journal of Clinical Nutrition 2000;71:401-402, 472-479.
Publicado em Bibliomed Saúde em 18/02/2000
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